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Mestre Carlos Silva a caminhada para o Contacto Total

Foto: Ricardo Silva

 

O Mestre Carlos Silva "chester ", é uma referência portuguesa na Arte Marcial multifacetada Contacto Total Mundial (CTM).

 

Carlos Silva tem o Karaté como início do seu percurso nas artes marciais. Entretanto conhece o CTM, uma arte marcial difundida no Brasil através do seu embaixador Mestre Adriano Silva, que através de uma carta o Mestre Ruy de Mendonça anunciou que o destacava para o ensino do Kung Do Te para toda a América Latina.

 

Contudo cerca de passados dois anos, o nome Kung Do Te ainda não tinha sido interiorizado pelos praticantes e o povo em geral, que até lhe chamavam o “Contacto Total do Português” o que o levou a adaptar o nome “Contacto Total”.

 

O Grande Mestre Ruy de Mendonça, iniciou-se nas artes marciais nos anos 60/70 do século passado com o Kung Fu, onde era mestre de sétimo grau. Ele adaptou esta arte ao mundo ocidental, à defesa pessoal quer de particulares como para forças de segurança e militares, desenvolvendo o Kung Do Te. A sua carreira foi muito importante para a divulgação das artes marciais orientais no ocidente de modo mais incisivo em Portugal e Espanha.

 

Nos anos 70, o Mestre Adriano Silva vindo de Angola para Portugal, de onde já praticava artes marciais, procura um bom Mestre para dar continuidade ao seu percurso. Nessa altura conhece o Mestre Ruy de Mendonça do qual se torna um grande aluno e tal como já mencionado foi tornado Mestre Geral para a toda a América Latina como máximo expoente do Kung Do Te.

É de notar que o CTM, tal como o Kung Do Te e outras artes marciais são para ser praticadas por todos, independentemente das idades e género.

 

Os Mestres têm a função de perceber as habilitações e dificuldades dos seus alunos e desenvolver em grupo as potencialidades de todos.

 

O Mestre Carlos Silva é aluno do Grande Mestre Adriano Silva, com o qual se graduou e trouxe para Portugal a arte já adaptada por Adriano Silva para a sua terra de origem, Ovar onde a começa a ensinar.

 

Hoje há mais locais onde se pratica esta arte sobre a sua supervisão. O Mestre Carlos Silva, além do ensino, também é correspondente e colunista de publicações no Brasil, faz também com regularidade textos para a “Karatê & Kickboxing” e a “Internacional Master”, assim como também é autor de vários podcasts temáticos.

 

AMMA: O Kung Do Te na essência que o Mestre Ruy de Mendonça deixou é muito diferente do Contacto Total do Mestre Adriano Silva?

Carlos Silva: Sim é e não é... pois o Kung Do Te não era desporto, mas hoje já o é. Já o Contato Total Mundial e a "Defesa Pessoal Militar", que se adapta as regras seja do octógono ou ring, para testar suas técnicas, eficiência e disciplina nestes grandes eventos ...

 

AMMA: Neste caso em concreto os ensinamentos vão de Portugal para o Brasil e retornam a Portugal. Como coabitam cá ambos os estilos?

CS: Eu sou federado na ex-KDT, hoje Kung-Do e dou aulas usando a metodologia do GM Adriano Silva que engloba o striker, griteling e self-defense, combinando as filosofias de combate para uma boa eficiência pessoal e desportiva ...

 

AMMA: Tanto o Kung Do Te como o Contacto Total Mundial são ensinados a particulares como a forças de segurança e a militares. Tanto a componente de segurança como a militar não está no programa técnico dos alunos particulares? É uma componente específica à parte?

CSA Metodologia é adaptada para servir os civis, contudo a militar é só mesmo em ordens militares e corpos de segurança especiais sim…. “o curso“ do CTM é o mesmo dado nas academias militares, mas adaptado ou seja menos rígido e sem armas de fogo…  o caso  do CTM do Chile por exemplo só é transmitido às forcas especiais. Já o Kung Do Te, este se alterou virando desporto onde a predominância é um género de MMA. O Kung Do Te antigo tinha armas tal como mantém o CTM, hoje. Como disse o CTM é defesa pessoal logo as armas fazem parte dele. No caso do CTM ele se adapta às disciplinas, não sendo uma única forma mas sim uma visão pessoal adaptada que pode ser inserida no desporto... já o Kung Do Te por isso se modificou para o  Kung-Do de hoje e adaptado ao desporto até a forma antiga do Kung Do Te era a luta de nome Ruy San Ryu ou Close Combate. Também foi chamado de arte de combate a KO.

 

AMMA: Em 2021 saiu no “Livro dos Grandes Mestres das Artes Marciais”, uma publicação brasileira em que anualmente se destacam os Grandes Mestres a nível mundial. Como se sentiu quando soube que fora nomeado?

CS: Sim, saí e fiquei super-orgulhoso, visto o livro já ter 13 anos de existência e é um feito histórico claro, a juntar também que tenho saído em revistas há mais de um ano, com tiragem mensal. Adiante, são apontamentos de um trabalho de anos.

AMMA: Porque não conseguiu estar presente? Que dificuldades teve? Que apoios esperava e de quem? Sente-se frustrado por não se valorizar os nossos talentos em geral?

CS: Claro a frustração em não poder estar lá para receber nas mãos a condecoração e o livro. As associações e federações não podem com estas logísticas nem pagam a deslocação no país a um atleta que compete em seu nome!

AMMA: A preocupação dos Mestres de Artes Marciais é a conduta dos seus alunos, que enveredem por bons caminhos e não estejam ligados a práticas de vida que os possam perder como cidadãos responsáveis. Vocês acompanham um pouco do dia a dia dos vossos alunos?

CS: Sim….eu acompanho, até mantemos ligação restrita através de redes sociais, temos um grupo privado. Sou atento à sua conduta, evolução intelectual e escolar, claro.

AMMA: A prática do Contacto Total tem vindo a crescer em termos de alunos e candidatos a instrutores e Mestres? Em que regiões do país mais se destaca a prática desta modalidade?

 CS: O Contato Total tinha em Portugal  3 academias (dojos). No norte é na Maia "Porto" do Mestre Márcio Lima , que emigrou para o Reino Unido onde hoje dá aulas de Jujutsu e Contato Total.  Outra  é na Zona Centro de Ovar que é a “Número 1” de Portugal e a mais expressiva: de nome “Academia Espaço Aberto”, onde leciono. Havia uma outra a Sul do país que era gerida pelo Mestre Ângelo 1º Dan de CTM que está mas ligado a uma ramificação do CTM que dá pelo nome de Brothers  Fightr …

 

AMMA: Esta arte é desenhada a pensar em todos, para todas as idades e géneros. Como ensinam crianças iniciantes e alunos adultos mais graduados? Fazem horários específicos por escalões e níveis de ensino?

CS: Sim claro é para todos. No meu grupo não há divisões. Todos aprendem com todos de forma gradual para que aprenda a efetividade e o controle.

AMMA: A essência do Contacto Total ensinado pelo Grande Mestre Adriano Silva, foi sendo ajustado por ele ao longo dos tempos, ou tem sido uma arte muito apurada desde o início e sem grandes alterações?

CS: Apurada eu acho, e sim desde o início, pois era só focada e partilhada a soldados para sua sobrevivência. Mas sim sofre ajustes e melhorias para que os civis e no desporto os seus atletas tivessem a oportunidade de usufruírem desta metodologia e visão, própria do CTM.

 

AMMA: Como chegou ao GM Adriano Silva e quanto tempo treinou com ele?

CSEu pratiquei Taijutsu e Ruy San Ruy nos anos 90,s  até fechar a escola em 2001. Aí foi andar de sistema em sistema, procurando-me a mim próprio e adaptando-me ao que a cidade oferecia e tinha… em  2014 abandonei o Taijutsu e foquei  na origem que me levou a prática marcial, um livro do Grande Ruy San.

 

AMMA: Como é o seu temperamento? O que mais admira em Adriano Silva?

CS: A simplicidade, a retidão e coragem.

 

AMMA: Tenta transpor isso para os seus alunos?

CS: Claro, sempre!

 

AMMA: O que aconselha aos pais e jovens ou mesmo crianças na hora de decidir ou não de iniciar a prática de uma arte marcial? Podem ter o medo de se magoar nos treinos e ter outros mitos frequentes. O que lhes tem a dizer para desmistificar esses medos?

CS: Que se magoam mais no sofá e em frente ao telemóvel (riso). Toda a criança, adolescente e adulto  precisa de disciplina, ser resiliente e a pedagogia marcial é a adequada. Essa melhoria, já para não falar nos benefícios físicos. Não tenham medo. Aqui se chutar não sangra (risos) brincadeira. Num campo ouvem-se insultos, pense só isto... mas e aqui não, garanto!

AMMA: Aos praticantes de artes marciais, principalmente aos mais graduados e aos Mestres em si, gostaria de deixar uma palavra sobre a versatilidade do Contacto Total do Mestre Adriano Silva e mesmo convidar a um intercâmbio de experiências em encontros que organize?

CA: Sintam-se todos como convidados a visitar a academia e a participarem em tudo que se possa vir a fazer, assim como eu tento sempre fazer indo a outros locais... fazer por estar presente tentando a cada dia aprender com cada um...

 

Texto: Pedro MF Mestre

Fotos: Cedidas por Mestre Carlos Silva

 

 

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quinta-feira, 18 de abril de 2024 – 01:41:21

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