15.º Portugal de Lés-a-Lés: Entrevista a Ernesto Brochado, membro da Comissão de Mototurismo da Federação de Motociclismo de Portugal

Gabinete de Imprensa - 15.º Portugal de Lés-a-Lés Principal mentor do Portugal de Lés-a-Lés, Ernesto Brochado é, desde o primeiro momento, o rosto mais visível da grande maratona mototurística que há 15 anos liga os extremos do País. No rescaldo da travessia de Fafe a Aljezur, o destacado elemento da Comissão de Mototurismo da Federação de Motociclismo de Portugal recordou as dificuldades sentidas e enalteceu o comportamento dos 1200 motociclistas. A edição 2013 do Portugal de Lés-a-Lés revelou-se particularmente exigente. Como foi feita a gestão de uma tão grande caravana na travessia de Portugal Continental?

A edição 2013 do Portugal de Lés-a-Lés revelou-se particularmente exigente. Como foi feita a gestão de uma tão grande caravana na travessia de Portugal Continental?
 
«A Comissão de Mototurismo da FMP idealizou um Lés-a-Lés “puxadinho” devido a vários fatores geográficos, começando pelo facto de, com 1017 quilómetros de extensão, ter sido a 4ª mais comprida de sempre, obrigando a nada menos de 28 horas de exigente condução entremeadas por poucas paragens. E quando nos apercebemos, já em Fafe, que o tempo, imprevisível, ia molhar as estradas ao longo de praticamente todo o evento, sobretudo no norte onde quase não há retas, apelamos essencialmente à segurança na condução. Os participantes respeitaram os ideais turísticos do Lés-a-Lés e rolaram com cuidado até Castelo de Vide e daí até Aljezur».
 
Mas o mau tempo prejudicou a espetacularidade do Lés-a-Lés...
 
«Ficamos com pena que os participantes não tenham podido desfrutar das longas panorâmicas do cimo das serras de Montemuro, Caramulo e Lousã, mas conseguiram gozar bastante com alguns troços curvilíneos e divertiram-se em controlos secretos de grande imaginação como o do Moto Clube de Albufeira, na Ribeira da Azilheira, onde os algarvios construíram um submarino de 6 metros de comprimento que aguentava com uma tripulação de 5 marujos! Este Lés-a-Lés ficou marcado também pela cada vez maior adesão de espanhóis ao evento – quase 10%! – numa comitiva de 1200 pessoas em 1100 motos que levava mais de 3 horas a partir de madrugada para as etapas. No prólogo até demorou 8 horas, do meio-dia às 20.00 h, com todos a terem direito ao seu tempo de antena nos bonitos jardins da Praça 25 de Abril, em Fafe. Apesar de conseguirmos meter esta caravana a percorrer o País de forma disciplinada, ordeira e com boa imagem na estrada, sentimos que podemos melhorar bastante uma série de pormenores, nomeadamente na dinâmica das Verificações Técnicas, momento que se quer de convívio e conforto para todos».
 
Apesar da redução dos pisos de terra, foi no fora de estrada que se revelaram as maiores dificuldades.
 
«Em termos de pisos escolhidos, esta edição foi das mais macias de sempre, com poucos pisos não pavimentados e, regra geral, em muito bom estado. Este evento sempre foi pensado para motos de estrada mas obrigando a manter a memória de como era difícil viajar há uns anos e também a obrigar os condutores a recordar que em Portugal ainda há povoações e monumentos cujo único acesso é através de caminhos de terra batida. Mas a recente e enorme adesão de motos trail e uma atitude algo confusa dos seus proprietários fez-nos reduzir imenso a percentagem de troços de terra».
 
O que ficou por fazer neste 15.º Portugal de Lés-a-Lés?
 
«Neste trajeto gostaríamos de ter montado ainda mais controlos secretos, divertidos e brincalhões, levado os participantes a mais locais de interesse no Alentejo para cortar o ritmo das longas retas do sul, subido à Fóia e descer a outras praias paradisíacas de Aljezur. Mas temos mesmo de deixar para outros anos todas essas ideias pois estes mototuristas já arrancam para a estrada de madrugada e chegam muitas vezes após o pôr-do-sol».
 
Os apoios foram suficientes para colocar de pé uma máquina organizativa tão grande?
 
«Nunca é fácil conceber e materializar um evento com as dimensões do Lés-a-Lés, o que só é possível graças ao imprescindível apoio dos voluntários. Este ano foram cerca de 200 pessoas que puseram o evento de pé – a quem aproveito para agradecer, de forma sentida, a todos os voluntários, principalmente aos que “deram o litro” no sábado, 8 de junho, em Fafe. Agradecimentos extensivos às Câmaras Municipais, cujos autarcas ficaram bastante agradados pelo retorno turístico que uma caravana destas proporciona aos seus concelhos. Uma palavra também aos patrocinadores e empresas apoiantes, pela confiança depositada».
 
E para o ano! Já existem ideias para o 16.º Portugal de Lés-a-Lés?
 
«Por acaso ainda não existem ideias com qualquer base de solidez mas já existem, isso sim, agradáveis convites de várias autarquias. Mas o que a FMP quer, realmente, é voltar a surpreender com um percurso divertido ao longo do País, capaz de entusiasmar os participantes, e que deverá ter ainda menor percentagem de troços não pavimentados. Intenção que pretende contrariar a enorme tendência de inscrição com motos de características trail. Outra ideia que está já bem clara na mente dos organizadores passa por proporcionar maior dinamismo e acrescido bem-estar para todos os participantes durante as Verificações Técnicas e Documentais».
 
 
 
Gabinete de Imprensa - 15.º Portugal de Lés-a-Lés  
 

 

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