Marta Hurst: Portuguesa com alma catalã

 

Como sempre, seja na Selecção Nacional de Seniores femininos ou nos clubes que representa, Marta Hurst, 1,83 metros de altura e 24 anos, dedica-se de corpo e alma aos treinos e jogos.


Representando esta época o CV Barcelona na Superliga Espanhola, na sua primeira experiência internacional, a jovem zona 4 (atacante e receptora) portuguesa encara as adversidades de uma forma racional e realista, sem contudo perder o humor.

 

A média de 11,4 pontos por jogo que regista nas estatísticas é «enganadora», já que em sete jornadas, só por uma única vez Marta não ultrapassou a dezena de pontos no jogo, e é já uma das principais artilheiras do Barça,  sendo notória a luta por todos os pontos e a sua enorme vontade de vencer, facto que não passa despercebido a um público tão exigente como o da Catalunha.

 

"Vir para Espanha não foi uma decisão fácil, não só pelo facto de ser a primeira vez que ia estar a morar fora de casa dos meus pais, longe da minha vida toda, como também pela ligação pessoal que tinha com a minha ex-equipa, o Porto Vólei, um grupo que tem trabalhado junto ao longo de três épocas. No entanto, foi um passo que mais cedo ou mais tarde ia ser dado, porque já tinha na minha cabeça há algum tempo que queria ser jogadora profissional de Voleibol. Surgiu esta oportunidade do Barcelona, e decidi aproveitá-la!", salienta.

 

 

O Barcelona ocupa o 4.º lugar na Superliga Feminina (SFV), tendo perdido recentemente (0-3: 15-25, 16-25 e 19-25) em Tenerife. 


Mesmo assim, Marta foi a 2.ª melhor pontuadora do jogo, com 12 pontos, rubricados todos no ataque.


No dia 3 de Dezembro, a equipa da Catalunha recebe o Haro Rioja Voley (3.º).

 

"Para já, a ideia que tenho da Superliga é que é muito competitiva e muito de «encaixes» entre os estilos de jogo das diferentes equipas. Por exemplo, nós ganhámos 3-1 ao Alcobendas, sendo que esta equipa ganhou no fim-de-semana passado 3-2 ao Haro, nosso próximo adversário, que também conseguiu estar a ganhar 2-0 (mas perdeu na negra) ao actual campeão, Logroño, que na época passada apenas perdeu 2 sets o campeonato todo...
Há muitas jogadoras estrangeiras nesta liga, como brasileiras, sérvias, e na nossa equipa temos uma atleta americana e uma atleta lituana também, o que penso que dá mais competitividade à liga. Também há várias jogadoras da Selecção Espanhola a jogar aqui, o que também contribuiu para o nível competitivo", analisa, revelando:
"Em termos de adaptação, o mais difícil para mim foi mesmo a... bola, que não é a Mikasa, que usamos em Portugal e nas competições internacionais com a Selecção, mas sim da marca Molten. É bem mais leve e, principalmente ao nível da recepção, senti bastantes dificuldades no início! Também tive que me adaptar rápido, pois cheguei um mês depois do início dos treinos de pré-época por ter estado a representar Portugal. 
Felizmente foi uma adaptação tranquila, e consegui agarrar um lugar no seis-base da equipa. Também ainda é estranho para mim jogar contra equipas que não conheço, atletas que não conhecia, pavilhões diferentes, muitas viagens. Como jogamos sempre ao sábado, normalmente viajamos sexta-feira ao final do dia. Por norma, são viagens em carrinhas de 9 lugares ou de avião. É também uma adaptação a fazer, pois em Portugal jogar fora só implicava viagens a Lisboa ou às ilhas; aqui, jogar fora implica, no mínimo, quase sempre viagens de mais de duas horas de carrinha!"...

 

Contrariedades que supera com a sua maneira de ser extrovertida:
"Moro num apartamento com mais três colegas de equipa, o que também me ajuda a nunca me sentir realmente sozinha, pois sempre tenho alguém com quem conversar ou ir descobrir a cidade! Em relação à língua, não tenho dificuldades em falar e entender castelhano, mas o catalão ainda estou a tentar aprender aos poucos, com a ajuda das minhas colegas de equipa".

 

 

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