- Jovem português fecha 2024 no 11.º lugar da Corrida ao “Masters” de sub 20
- Especialista de pares atinge a quarta decisão no torneio maiato
Henrique Rocha despediu-se do Maia Open nos quartos de final e falhou o apuramento para o Next Gen ATP Finals de Jidá, na Arábia Saudita. A representação lusa no ATP Challenger 100 que a Federação Portuguesa de Ténis e a Câmara Municipal da Maia organizam até domingo ficou a cargo de Francisco Cabral, pela quarta vez apurado para a final de pares.
O tenista português de 20 anos só dependia de si para ficar com a última vaga para o torneio que reúne os melhores jovens do mundo, mas precisava de ir até ao fim na cidade que o viu nascer para a modalidade e acabou travado nos quartos de final.
Depois de afastar Francisco Rocha na primeira ronda e Pedro Araújo na segunda, o qualifier Andrej Martin (atual 509.º e ex-93.º) completou o hat-trick de vitórias contra tenistas portugueses ao travar o melhor dos participantes lusos em duas partidas, com os parciais de 7-5 e 6-3.
"O início do primeiro set foi importante", reconheceu Rocha acerca da vantagem (3-0) desperdiçada. "Estava com o ascendente, mas senti que baixei a intensidade e que esse foi o momento-chave porque ele ganhou um bocadinho de vida quando estava a senti-lo em baixo, mais cansado e com poucas soluções. Devia ter posto o dedo na ferida."
O portuense abriu o embate com duas quebras de serviço consecutivas, mas sentiu rapidamente várias dificuldades precisamente no próprio golpe de saída (venceu apenas 46% dos pontos jogados com o primeiro serviço e 42% com o segundo) e em menos de duas horas enfrentou 15 pontos de break. Salvou nove, mas os seis concretizados por Martin — que aproveitou as debilidades para pressionar num dia em que deixou pouquíssimas bolas por devolver — foram suficientes para assinar a quinta vitória da semana.
A derrota desta sexta-feira acabou com as aspirações de Henrique Rocha de chegar ao Next Gen ATP Finals que acontecerá em Jidá, na Arábia Saudita, dentro de três semanas. O jovem português terminou a corrida ao torneio que reúne os melhores sub 20 do mundo na 11.ª posição, a precisar de três desistências para entrar e de uma para ser suplente, condição que deixou na dúvida ao dizer adeus à Maia.
"Neste momento não estamos a contar ir. Para já vou ter uma semana de descanso em que só vou fazer físico e depois faço duas, três semanas de pré-época para começar o novo ano na Austrália”, explicou depois de reconhecer que "os dois grandes objetivos deste ano eram ir ao Next Gen e terminar no top 150, mas infelizmente não cumpri nenhum dos dois."
A derrota de Henrique Rocha terminou com a representação portuguesa nos singulares, mas na variante de pares haverá um jogador “da casa” a lutar pelo título. Trata-se nada mais, nada menos do que do duplo campeão de 2021 e finalista de 2022, Francisco Cabral, que ao lado de Theo Arribage celebrou a passagem a uma decisão pela terceira vez em quatro torneios.
Campeões em Braga e finalistas em Rovereto (tiveram dois match points na final de há uma semana), o português e o francês são os segundos cabeças de série na Maia e avançaram para a final com uma vitória por 6-4 e 6-3 sobre o romeno Victor Cornea e o neerlandês Mick Veldheer, terceiros.
Respetivamente no 79.º e no 66.º lugar do ranking mundial de pares, Cabral e Arribage querem fechar a temporada com um título e para triunfarem novamente no Norte do país terão de passar pelo belga Kimmer Coppejans e pelo espanhol Sergio Martos Gornes, que ultrapassaram os gémeos Ivan Sabanov e Matej Sabanov com os parciais de 7-6(5), 1-6 e 10-8.
A final de pares acontecerá não antes das 15 horas no Court Central do Complexo Municipal de Ténis da Maia, onde o início de ação está marcado para as 11 horas com as meias-finais de singulares.
A primeira será um verdadeiro encontro de luxo entre Federico Coria e Damir Dzumhur, dois jogadores que já fizeram parte do top 50 e que estão à porta do regresso ao top 100, mas sobretudo de assegurar a entrada direta no quadro principal do Australian Open.
Os contornos das respetivas chegadas ao fim de semana decisivo não podiam ser mais diferentes: o argentino de 32 anos (101.º do ranking e ex-49.º) superou uma batalha de três horas contra o belga Kimmer Coppejans (422.º, ex-97.º) graças aos parciais de 6-3, 4-6 e 7-6(4); já o bósnio de 32 anos (106.º depois de já ter sido 23.º) mal pestanejou a caminho de um claro triunfo por 6-1 e 6-0 sobre o espanhol Albert Ramos-Vinolas (165.º, mas antigo 17.º e detentor de quatro títulos ATP, um deles o Millennium Estoril Open de 2021, em 12 finais).
Logo a seguir, o outro lugar na final individual do sétimo Maia Open será discutido entre o veterano Andrej Martin, de 35 anos, e o jovem Francesco Passaro, de 23 anos.
O italiano (114.º na hierarquia e à procura da estreia no top 100) completou o elenco de semifinalistas com um triunfo por 6-1 e 6-4 sobre o espanhol Daniel Merida (314.º) para se juntar ao carrasco de três portugueses.
Fotografia: Eduardo Oliveira/FPT