No seguimento do comunicado emitido pelo Sporting Clube de Portugal esta terça-feira a propósito do jogo que opõe este ao Sport Lisboa e Benfica, a contar para a 3ª jornada do Nacional da I Divisão, vem a Federação de Patinagem de Portugal (FPP) esclarecer o seguinte:

Da mesma forma que é omisso que a reserva dos 10% da lotação do recinto “tenha de ser efectuada no máximo até determinadas horas antes do jogo”, conforme o Sporting Clube de Portugal refere no seu comunicado, também é omisso que não haja prazo. E nos casos de omissões, a FPP pode supri-las, não constituindo tal qualquer tipo de “abuso de poder”.

Se o Sporting Clube de Portugal entendia o pedido como “abuso de poder”, também não entende esta Federação como não se pronunciou desde logo na passada quarta-feira, 14 de Outubro, dia em que a missiva da FPP foi enviada, remetendo a sua resposta requerendo os bilhetes apenas às 14h33 desta segunda-feira, cerca de duas horas e meia após o prazo definido.

Mais se informa que quando a FPP poderia ter “abusado do seu poder”, declinou um pedido unilateral do Sport Lisboa e Benfica para a alteração da hora do jogo, informando o clube que tal só seria possível com o consentimento do Sporting Clube de Portugal.

Foi de facto iniciativa do Vice-Presidente para o Hóquei em Patins, Paulo Rodrigues, o contacto com ambos os clubes no sentido de averiguar se haveria grupos organizados de adeptos e em que número estariam presentes no Pavilhão Fidelidade, definindo as 12h do dia 19 de Outubro como prazo para uma resposta. Tal pedido, deveu-se à envolvência particular dos jogos entre Sport Lisboa e Benfica e Sporting Clube de Portugal, procurando a FPP – ao contrário do comunicado emitido - evitar o extremar de atitudes.

Não entende esta Federação que seja “inacreditável” que o pedido, fora de um prazo que não fora anteriormente contestado, tenha sido declinado. Nesse sentido, e dada a resposta não atempada do Sporting Clube de Portugal, foi comunicado aos clubes que o Sport Lisboa e Benfica não estava obrigado a ceder bilhetes.

Que seja do conhecimento da FPP, não existiram quaisquer reuniões preparatórias da partida. A existirem tais reuniões terão sido entre o clube visitado e as forças policiais e/ou de segurança, que a FPP entende justificadas com ou sem a presença de terceiros.

A nomeação dos árbitros é alheia à Direcção da FPP, ainda que a mesma passe pelo Conselho de Arbitragem, órgão desta Federação mas com total autonomia técnica. Podendo a nomeação de Miguel Guilherme ser questionada, não deve ser posta em causa quer pelos clubes, quer pela Direcção da FPP, numa ingerência que abriria um precedente delicado.

Como é referido no comunicado do Sporting Clube de Portugal, o pai do árbitro Miguel Guilherme, João Guilherme, é observador e membro do Conselho de Arbitragem mas não faz delegacias em jogos arbitrados por Miguel Guilherme. E, na influência que o mesmo possa ter nas notas dos restantes árbitros, convém recordar que há dois anos o melhor árbitro do ano foi Ricardo Leão e na temporada que findou foi Jaime Vieira.

A Federação de Patinagem de Portugal gostava de reforçar que a supressão da omissão de prazo no artigo 72, referente ao pedido de bilhetes, é legitima e foi efectuada atempadamente no sentido de garantir a realização do encontro entre dois históricos da nossa modalidade sem incidentes.

A Direcção da
Federação de Patinagem de Portugal
 

Lisboa, 20 de Outubro de 2015