Dando continuidade ao conjunto de reportagens sobre o evento de Esgrima Histórica do Sábado dia 15 de Fevereiro na Sala de Armas de Algés, vamos apresentar hoje dois alunos muito diferentes e ambos casos de sucesso.

O primeiro é o Francisco de oito anos, aluno da Sala de Armas de Algés, na disciplina de Gladiadores. Está ainda há pouco tempo na disciplina. Nunca participou em provas, estava um pouco nervoso pois este dia foi a sua estreia na competição.

(Prova de Gladiadores 3x3)

O Francisco descobriu a Esgrima Histórica através da sua professora Carla e de um amigo dele, e que logo manifestou interesse em entrar. Os pais concordaram em que ele começasse a participar e sem necessidade de porem contrapartidas ao Francisco como por exemplo trazer boas notas para casa, pois ele já é por si um aluno aplicado e com bons resultados na escola. Assim sendo consegue conciliar o tempo para estudar e para a modalidade que pratica uma vez por semana. Os pais também não conheciam a Esgrima Histórica, e estão contentes com a aplicação dele.

(Francisco acompanhado pelos pais)

Contudo o Francisco para além da Esgrima Histórica tem o “bichinho” pela actividade física praticando mais duas modalidades, a natação e o Karaté. Não teve que abdicar de nenhuma delas nem reajustes na prática tendo em conta que não colidem com a sua vida pessoal e de aluno.

Vamos agora conhecer melhor a Cátia Tavares que pratica Esgrima Histórica há quatro meses. A aluna após terminar o 12º ano, frequentou e concluiu o curso de Artes Gráficas e Serigrafia que teve a duração de dois anos, com seis meses de estágio numa empresa de Artes Gráficas. De momento aguarda ser chamada para o Curso de Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho.

Ela é uma Gladiadora com um propósito especial. Como a Cátia é uma jovem autista, o Mestre Fernando Brecha tem um projecto especial para ela que é vir a ensinar crianças autistas e com necessidades especiais nesta disciplina da Esgrima Histórica.

Na reportagem anterior, o Mestre falou-nos do caso da Cátia, da forma como ela integrou o grupo, o trabalho que tem sido feito com ela para eliminar alguns medos e a progressão da aluna.

A Cátia ainda não teve contacto com a competição, está a ser treinada para ter essa sua primeira experiência já em Abril. Sente-se um pouco nervosa, mas para a atleta o que importa é participar e divertir-se.

A “gladiadora” Cátia sente uma grande diferença em si desde que começou a praticar a modalidade, liberta-lhe o stress, sente-se mais confiante e sente diversão ao estar inserida no grupo.

(Cátia a treinar com os seus instrutores)

Para o pai, também ele praticante, ela não teve problemas em tomar a oportunidade, tem evoluído satisfatoriamente, pois comparar a Cátia que era antes de se dedicar à modalidade para a Cátia que é agora não tem nada a ver, o progresso está a ser muito bom. Também está a ser muito bem acompanhada. Tem uma pessoa dedicada exclusivamente a ela, que tem feito um trabalho extraordinário. Ela tem evoluído porque gosta de aprender e gosta de estar inserida na Esgrima Histórica. Ainda para o pai, gostava que a modalidade tivesse mais divulgação para as pessoas terem mais conhecimento, pois para ele é muito bom praticar esta modalidade que ajuda tanto fisicamente como mentalmente e onde a camaradagem é fabulosa. Aconselha a todos experimentar. Para ele também é uma experiência uma nova, onde estão sempre a aprender e a evoluir, não estagna, tem sempre continuidade.

(Cátia com o pai, também ele praticante de Esgrima Histórica)

A Cátia também aconselha a todos experimentar a modalidade pois além de gostar muito dela, e das oportunidades que têm, sente muita diversão.

Na próxima peça enquadrada no tema da Esgrima Histórica, vamos conhecer o Mestre Nuno Russo e o seu aluno e Professor Nelson Neto na Arte do Jogo do Pau Português.

Até para a semana.

Texto e Fotos: Pedro MF Mestre