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A última jornada do 57.º Open de Portugal @ Morgado Golf Resort não foi positiva para Filipe Lima.
A vitória do polaco Adrian Meronk, o 2.º lugar do espanhol Sebastian Rodríguez e o 3.º posto do italiano Francesco Laporta (empatado com o austríaco Martin Wiegele) fez com que estes três jogadores o ultrapassassem hoje (Domingo) na Corrida para Maiorca.
Filipe Lima chegou a Portugal no 11.º lugar desse ranking do Challenge Tour e sabia que um top-10 em Portimão, onde no ano passado fora 2.º, poderia cimentar o seu lugar no top-15 a segunda divisão europeia. E estar nos 15 primeiros no final da época garante a subida à primeira divisão, o European Tour.
Ricardo Santos falhou o cut no Morgado Golf Course mas nem por isso prejudicou a sua classificação, mantendo-se no 4.º posto, mas Filipe Lima desceu hoje ao 14.º lugar do ranking. A sua situação é ainda boa mas já não é tão confortável.
Daí algum desagrado do português que este ano voltou às vitórias ao conquistar o torneio finlandês do Challenge Tour, quebrando um jejum de três anos. «Este bogey no buraco 18 pode custar-me muitos pontos», disse o ex-campeão nacional, que chegou a andar no 3.º lugar do leaderboard depois de converter 1 birdie no buraco 14 e 1 eagle no 16.
Só que depois, 1 bogey sofrido no último buraco, impediu-o de chegar ao top-10, fechando com 280 pancadas, 8 abaixo do Par, após voltas de 72, 70, 69 e 69, para um prémio de 3.200 euros, por partilhar o 14.º posto com o escocês Chris Rob e o alemão Philipp Mejow.
Em torneios do circuito europeu é mesmo assim, uma única pancada teve, neste caso, um custo de quase mil euros, mas mais ainda em pontos para o ranking.
«Pus-me em posição de pensar ganhar este torneio caso fizesse birdies no 17 e no 18, mas aquele bogey no 18… Mas foi um torneio positivo e sinto-me a jogar bem», analisou o atleta olímpico, que dificilmente virá jogar ao Portugal Masters, do European Tour, em outubro: «Coincide com os dois torneios da China que são muito importantes para o ranking. Teria de ganhar um dos torneios do Challenge Tour até lá para assegurar o meu lugar no top-15 para poder vir a Vilamoura».
Quem também espera vir ao Portugal Masters é Adrian Meronk, mas em 2020. «Para o ano espero não vir defender o título do Open de Portugal mas, em contrapartida, quero estar em Vilamoura», disse a sorrir, depois de conquistar o seu primeiro título de profissionais com um agregado de 273 pancadas, 15 abaixo do Par, após voltas de 67, 72, 68 e 66. Recebeu um prémio de 32 mil euros, a maior fatia dos 200 mil que estavam em jogo esta semana, e ascendeu do 19.º ao 7.º lugar da Corrida para Maiorca.
Para ele o sonho de tornar-se no primeiro jogador polaco a competir no European Tour está cada vez mais perto, mas, para já, entrou para a história como o primeiro polaco a vencer um torneio do Challenge Tour. «Não podia estar mais orgulhoso por esse recorde», disse o gigante de 1,97 metros, de 26 anos.
Adrian Meronk é um jogador da Hambric Sports e o seu agente é Rory Flanagan, os mesmos representantes de Pedro Figueiredo e Ricardo Melo Gouveia.
Tal como os dois ilustres portugueses do European Tour, o polaco foi um dos melhores amadores da Europa, incluindo a nível universitário.
«Tornei-me profissional há três anos pelo que já há algum tempo que andava à procura de um primeiro título. Isto muda completamente a minha época», disse Meronk, que adora jogar no Morgado Golf Resort, tendo jogado aqui todas as três edições do Open de Portugal.
A 2 pancada de distância de Adrian Meronk ficou o espanhol Sebastian Garcia Rodríguez (73+64+69+69), um jogador que fez duas voltas finais iguais às de Filipe Lima e uma primeira volta ainda pior, mas que teve a melhor volta do torneio no segundo dia. Foram essas 64 pancadas que lhe valeram hoje 22 mil euros e a subida ao 13.º lugar da Corrida para Maiorca.
O 3.º lugar, a 4 pancadas do campeão, foi dividido pelo austríaco Martin Wiegele (69+70+69+69) e pelo italiano Francesco Laporta (71+69+67+70). Cada um ganhou 13 mil euros e Laporta subiu ao 12.º posto do ranking do Challenge Tour.
O último dia do 57.º Open de Portugal @ Morgado Golf Resort foi ainda caracterizado por quatro portugueses terem jogado abaixo do Par. E se o 69 (-3) de Filipe Lima não espanta, já Daniel da Costa Rodrigues ter feito o mesmo resultado é extraordinário.
O amador de 17 anos cumpridos ontem vinha de um pesadelo de 79 pancadas na véspera. Hoje melhorou em 10 ‘shots’. Simplesmente soberbo numa volta de apenas três horas. Foi o primeiro a sair, apanhou o campo perfeito e soube tirar partido disso.
O melhor amador foi, contudo, Pedro Silva. Dani Rodrigues foi 66.º (+5) e Pedro Silva 63.º (+4), embora hoje com 75 (+3).
Hugo Santos também teve uma volta de 74 (+2), que não manchou a excelente prestação do treinador de Vilamoura, de 39 anos, que fechou em 36.º (-2). O seu melhor Open de sempre rendeu-lhe 1220 euros.
João Ramos, em 49.º (a Par), jogou hoje 70 (-2), arrecadou 812 euros e também foi o seu melhor Open de sempre.
Pelo contrário, Tiago Cruz, apesar de hoje jogar abaixo do Par, 71 (-1), também integrou o mesmo grupo dos 49.º classificados (a Par), muito longe do 4.º posto do ano anterior.
O 57.º Open de Portugal @ Morgado Golf Resort recebeu hoje a visita da presidente da Câmara Municipal de Portimão, Isilda Maria Gomes, que entregou a Medalha de Ouro da Cidade Europeia do Desporto de 2019 à Federação Portuguesa de Golfe e ao Challenge Tour.
A autarca fez votos de que o Open se mantenha no seu concelho, mas as três entidades organizadores – FPG, PGA de Portugal e Grupo Nau Hotels & Resorts – encerram em 2019 a parceria estabelecida para três anos.
Ainda não está definido o palco do Open de Portugal de 2020, mas como disse o diretor de torneio, Gary Butler, no seu discurso «o Morgado Golf Course é um campo de exceção».
Fotos - Octávio Passos - Golf Tatoo